Deitado
À beira-mar, e a água.
O corpo da água.
Sem arestas,
simples e claro.
O sol
por dentro
é como um sino.
Suave, redondo.
O corpo,
Sol Maior.
Um menino que brinca
com o limo verde,
com um riso aquático,
uma graça sem tino,
só por brincar e rir
e ser feliz.
Peixes de alva
rodam transparentes,
e roda a menina
a dança de roda:
"Estava eu cozendo
no meu laranjal
minha agulha de oiro
meu dedal de prata..."
(E a avó que cantava)
"Veio um cavaleiro
a pedir pousada..."
...Menina perdida,
menina enganada.
Menina sofrida,
menina sonhada.
Quem me quis menina
que já me matava,
quem me leu a sina
muito se enganava.
E agora por fim,
menina de mim,
vestida de novo
como a madrugada.
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