sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Vejo-te


Vejo-te distante, de perfil, pensativo, com a luz a escorrer pelo teu corpo e a desenhar-lhe os contornos como uma insinuação.
Vejo-te forte e frágil, homem e menino, amante e irmão.
Como um anjo me apareces, como a face amante de Deus.
Como um homem me envolves no voo do sentir.
Como um homem me constróis e adivinhas, na nudez da minha alma e do meu corpo.
Teu nome, é o som de um sussurro ao ouvido, um murmúrio no silêncio da noite. O silêncio que antecede o abraço e a música.
Amar é o segredo, a fonte dos amantes, o sagrado no templo do corpo, na pele e no calor do corpo, nos acordes da noite, no enlace da música.
Vejo-te à noite, no silêncio da noite, o teu corpo deitado, agora adormecido, os teus olhos fixos no escuro, tua mente que passeia leve antes que te leve o sono, a vida que te faz vibrar e também me alimenta.
O que procuras tu? E o que procuras com esse que és?
Em ti te tens assim tendo.
A mulher é o côncavo da alma, do sexo, da palavra.
A mulher é o côncavo onde te acolhes.
A mulher que penetras e envolves.
A mulher é o sagrado em ti que te recolhes nela, com o teu ser, e o teu sexo.
E a vida, pulsando em cada um de nós.

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